terça-feira, 27 de maio de 2008

HUMANISTAS SE POSICIONAM CONTRA PROJETO DE "ESCUDO ESPACIAL" AMERICANO

O projeto de DMN dos Estados Unidos das Américas - seu sistema de defesa de mísseis nucleares - é muito complexo e envolve a produção de novas armas bem como a instalação de bases militares em diferentes partes do planeta. Em especial, na Europa, o primeiro passo é instalar um sistema de radar na República Checa, assim como uma base de interceptação de mísseis na Polônia.

É evidente que as reações dos governos da Rússia e da China recriam uma atmosfera de "guerra fria". As tensões internacionais têm aumentando e uma nova corrida armamentista (convencional e nuclear), foi reiniciada.

Ainda que o projeto da administração Bush se apresente como uma defesa da ameaça de mísseis do Irã ou da Coréia do Norte, nós o vemos como uma primeira arma de ataque para permitir aos EUA iniciar um ataque nuclear contra qualquer país do mundo. A instalação deste sistema é o primeiro passo para o controle militar americano sobre o espaço. Tal como Noam Chomsky argumenta, "a instalação por parte dos Estados Unidos de um sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu é praticamente uma declaração de guerra, um instrumento de dominação mundial."

Somos solidários aos dois corajosos jovens humanistas checos Jan Tamas e Jan Bednar que, desde 13 de maio de 2008, se encontram em greve da fome em Praga para pedir que a vontade dos dois terços da população checa seja respeitada e a instalação de uma base militar dos EUA em território checo seja submetida a um referendo, instrumento essencial de toda democracia real. Muitos outros estão se unindo a esse protesto em toda a Europa e no mundo inteiro, por meio de jejuns, protestos e ações comuns mais enérgicas

Num momento de crise mundial, em que milhões de seres humanos carecem da possibilidade de se alimentar, é irresponsável gastar centenas de milhares de milhões de dólares com a guerra e com a produção de novas armas. É aberrador o aumento dos gastos militares nos últimos tempos, assim como o acordo da OTAN com os EUA no seu projeto belicista.

Em um momento tão difícil na história mundial, as pessoas comuns não apoiam nenhuma política que empurre o planeta para a catástrofe. Deve converter-se em tarefa de cada pessoa corajosa fazer todo o possível para evitar uma possível guerra nuclear e, portanto, impedir o governo dos Estados Unidos das Américas de exercer o controle militar e nuclear sobre o espaço.

Além disso, parece-nos uma piada e uma grosseira manipulação por parte de grandes instituições financeiras, como o Banco Mundial, liberar várias centenas de milhões de dólares para estabilizar os preços dos alimentos, sabendo que esses montantes não constituem nem o 0,1 por cento dos gastos anuais mundiais para armamentos!

É tempo para que todos os povos do mundo peçam com força que esta vergonha se acabe, para que a produtividade e a criatividade da espécie humana sejam investidas em superar a dor e o sofrimento humano, em vez de produzir ganhos para uma minoria que pretende controlar totalmente o planeta.

Apelamos a cada um dos governos do planeta que tomem uma posição clara e decidida, negando-se a apoiar o projeto do escudo espacial porque ameaça a paz e a convivência dos povos da nossa Terra e porque ameaça até mesmo a própria sobrevivência da nossa espécie. Pedimos que cada governo do mundo expresse seu rechaço decidido à tentativa do governo dos EUA de dominar o planeta e a humanidade inteira e que se ponha de acordo com um plano de desarmamento proporcional e simultâneo nos diferentes países do mundo.

Não queremos novas bases militares ou ampliação das já existentes, nem na Europa nem em outras partes do mundo. Queremos a eliminação de todos os arsenais nucleares, como um primeiro passo para o desarmamento total do nosso planeta.

É tempo de realizar o sonho milenário dos melhores dos nossos antepassados, é hora de ouvir as vozes dos bilhões de homens e mulheres da nossa Terra. Que as melhores aspirações dos seres humanos sejam realizadas e, finalmente, a não-violência seja o comportamento dominante, fazendo-se a paz.

27 de maio de 2008

Giorgio Schultze, Itália Europeu
Porta-voz do Novo Humanismo

Ivan Andrade, Moçambique
Porta-voz do Humanismo em África

Chris Wells, E.U.A.
Porta-voz do Novo Humanismo na América do Norte

Sudhir Gandotra, a Índia
Porta-voz do Novo Humanismo na Ásia-Pacífico

Tomas Hirsch
Porta-voz do Humanismo na América Latina

Como primeiro passo, convidamos todos os simpatizantes a assinar a petição on-line, que se encontra em www.nonviolence.cz.

Até o momento, existem cerca de 17 mil assinaturas de todos os países do mundo, além dos oriundos da República Checa, e certamente nós podemos aumentar muito esse número se tomarmos esta questão como prioridade em todas as partes do mundo.


Movimento Humanista

Edição e Tradução Conselho 136

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